Às vezes, tudo o que a gente precisa é de um empurrãozinho pra começar a se escutar de verdade. Não um choque, não uma virada brusca — mas um convite, quase silencioso, pra voltar pra dentro.
E isso tem acontecido na minha vida nos últimos dois anos. Uma sequência de fatos que quando vou juntando as pecinhas vejo o quanto fazem sentido e tem me transformado. Contei à vocês sobre as experiências que vivi no ano passado e sinto que elas foram como esse empurrão para olhar minha vida de outra forma.
Na sequência, este ano, tive grandes insights que surgiram depois dois momentos simples: quando li o livro As 5 Feridas Emocionais, da Lise Bourbeau e, agora, que terminei de assistir à série Uma Nova Mulher.
Duas obras diferentes, mas que me atravessaram de um jeito parecido. Me fizeram questionar feridas que eu carregava e nem sabia, padrões que se repetiam na minha vida, e até o que eu escolho vestir — não só no corpo, mas como postura, como comportamento. Porque no fim, estilo é isso: o reflexo do que a gente está vivendo por dentro.
E eu queria dividir essas reflexões aqui. Porque talvez você também esteja nesse lugar de querer se reencontrar, se despir de excessos e descobrir uma nova versão de si mesma. Ou talvez só precise de um empurrão leve pra lembrar que pode se vestir de si mesma — sem medo.
Quando a gente decide parar de fugir de quem é
Uma Nova Mulher é uma série turca (está na Netflix) sobre três amigas que resolvem fazer uma viagem e acabam mergulhadas num processo de autoconhecimento que muda a vida delas. E o mais interessante é que nada é forçado. É como se elas simplesmente estivessem prontas para se olhar — mesmo sem saber.
A série me tocou demais porque, assim como elas, eu também venho tentando me entender e entender meu lugar no mundo. Me perguntando o que quero da vida, o que faz sentido nos meus trabalhos, nas minhas relações, nas roupas que eu escolho vestir... E percebi que chega uma hora em que fugir de si mesma começa a doer mais do que encarar o espelho.
E quando a gente decide parar de fugir, tudo muda de lugar. E é aí que a roupa começa a ter outro significado também. A gente não quer mais usar o que esperam da gente — a gente quer vestir o que faz sentido pra quem está se tornando.
As feridas que vestem a gente sem que a gente perceba
O livro As 5 Feridas Emocionais me ajudou a nomear dores que eu achava que eram "dramas" ou “maluquices da minha cabeça”. Rejeição, abandono, humilhação, traição e injustiça: feridas emocionais que surgem lá na infância, mas que continuam moldando nossas decisões na vida adulta — e sim... até mesmo o jeito como a gente se veste!
Por exemplo: você já percebeu como às vezes a gente exagera nas proporções, nos acessórios, na maquiagem, nos procedimentos estéticos… não porque quer, mas porque precisa se sentir aceita? Ou como tem dias que a gente se esconde em roupas largas ou neutras, tentando passar despercebida? Muitas dessas escolhas têm raízes nessas feridas.
No meu caso, percebi que tenho uma forte tendência em querer parecer sempre impecável, como uma forma de controle. Como se eu precisasse provar algo. Hoje, entendo que tem beleza na imperfeição, na simplicidade, no conforto. E isso muda tudo.
O que você veste é uma extensão da sua alma
Nesse processo, estou descobrindo uma vontade gigante de voltar à minha cor natural de cabelo. De comer melhor (eu me alimento muito mal!). De me movimentar mais. De olhar com mais carinho pro meu corpo — não por estética, mas por saúde, por presença.
E percebi uma conexão muito grande ao que eu crio aqui na marca e o quanto eu quero seguir a essência do que acredito, porque não faz sentido produzir roupas que só fazem bonito no feed ou que cumprem um check na tendência mais falada do momento se elas não conversam com a alma de quem vai vestir. Eu quero roupas que acolhem, que expressem, que acompanhem processos — e não disfarces.
Porque enquanto estou me reencontrando, tudo o que eu mais quero é leveza.
É me sentir livre, inteira, real.
Um novo olhar sobre você mesma e seu estilo
A moda tem esse poder de acompanhar ciclos. De traduzir momentos. E acho que estamos vivendo um tempo em que vestir-se bem não é mais sobre estar na tendência — é sobre estar alinhada com o que se sente. É sobre vestir calma, vestir coragem, vestir verdade.
Por isso, meu convite com esse texto é simples: olhe pro seu armário. Ele ainda conversa com quem você é hoje? Ou está preso a uma versão antiga, a uma fase que já ficou pra trás?
Talvez seja hora de deixar ir o que não representa mais. De abrir espaço pro novo. Ou melhor: pro essencial.
Mais do que trocar de look, talvez o que a gente esteja mesmo querendo é trocar de pele.
VESTIR A MULHER QUE NASCE QUANDO A GENTE PARA DE SE ESCONDER.
E se esse texto te tocou de alguma forma, talvez você também esteja vivendo esse movimento silencioso de renascer. A série e o livro que indiquei podem ser boas companhias nesse caminho. E se você quiser uma roupa pra chamar de sua nesse processo, a minha marca está aqui — não pra te transformar, mas pra te acompanhar.
Com muito amor,
Lulu 💖